* Os dados encontrados nesta pesquisa são até o ano de 2012
A guerra entre torcidas organizadas não é um problema somente da cidade de São Paulo, palco da morte de dois palmeirenses na semana retrasada.
Nem de Goiânia, capital onde faleceu um torcedor esmeraldino no sábado, 31 de março. Muito menos recente.
É uma questão nacional, antiga e que já soma 155 mortes em todo Brasil.
Da primeira morte de grande repercussão e impacto (Cleo, palmeirense, em 1988) até o assassinato de Diego Rodrigo, mais de uma centena de famílias já choraram a perda de seus filhos, irmãos, pais, sobrinhos, netos ou outros parentes.
Um número que parece exagerado para quem é exposto apenas ao noticiário de Rio de Janeiro e São Paulo, mas compatível com a selvageria que ocorre em todas as regiões.
A violência está espalhada pelo país, não escolhe cor dos clubes, sotaque das pessoas, costumes de cada local, nem tamanho da rivalidade. Acobertados pela impunidade, que faz com que poucos sejam presos, assassinos em busca de poder, vingança ou mais território tiram vidas sem receio.
Os jovens compõem a principal faixa etária dessas mortes, que são causadas normalmente por armas de fogo, devido à facilidade de execução e dificuldade de averiguação pela polícia.
Uma pesquisa divulgada na semana passada pela empresa Stochos Sports & Entertainment, especializada em marketing esportivo, revelou que 83% das pessoas acreditam que as facções organizadas são responsáveis pela diminuição de público nos estádios.
A PRIMEIRA
17 de outubro de 1988. O palmeirense Cléo Sostenes, que foi um dos presidentes da Mancha Verde, foi morto a tiros, supostamente por corintianos. É tido como primeiro caso de morte ligada ao futebol no Brasil.
Cléo virou uma espécie de símbolo para os membros da torcida. Seu rosto é pintado em bandeiras e paredes.
ÚLTIMA (por enquanto)
31 de março de 2012. Após 154 torcedores morrerem na guerra de facções pelo Brasil, foi a vez da família de Diego Rodrigo Costa de Jesus, de 23 anos, chorar. No último sábado, o jovem torcedor do Goiás morreu ao ser baleado por torcedores do rival Vila Nova, em Goiânia.
MORTES
Desde 1988, com uma morte, deparamos com um crescimento real e assustador, principalmente em 2007 e 2008, com 11 mortes em cada ano. Número que aumentou para 21 em 2009 e em 2010.
No ano seguinte, aconteceram mais 31 assassinatos e, até o momento, em 2012, 11 famílias choraram a perda de entes queridos por causa do futebol.
LOCAIS
Como é sabido, o problema é nacional e, nas grandes capitais, que abrigam os membros de torcidas organizadas de times de maiores expressões, o número é alarmante.
Em Belém, são oito mortes. Em Belo Horizonte, 11. Em Fortaleza, 14. No Rio, 19. São Paulo lidera a lista com 25. Em cidades da região, como Campinas, Limeira e Jundiaí, somam cinco assassinatos.
Porto Alegre tem apenas um caso de morte envolvendo torcidas.
FAIXA ETÁRIA
Os jovens são a imensa maioria. Até mesmo crianças de 11 a 15 anos fazem parte desta estatística, sendo os mais atingidos os de 16 anos (13), 17 anos (18), 19 anos (15) e 20 anos (10).
O mais velho havia completado 62 anos e quatro têm a idade desconhecida.
CAUSAS
As armas de fogo são as principais responsáveis pelas mortes, com 103, além da agressão (espancamento), que somam 39.
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